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03.Set.2014

Meu Diário | O episódio da calcinha…

Um Rascunho da Vida

Hoje acordei inspirada. Querendo expor algumas feridas e defeitos na intenção de aliviar a alma. Por trás de cada palavra reside uma verdade fundamental, portanto sejam bem vindos ao meu emaranhado de espinhos.

Desde pequena sou um espécime interessante. As pessoas costumavam me pegar no meio de um debate muito interessante comigo mesma, falando sozinha pelos cantos da casa com a maior veracidade do mundo. Eu sempre fui diferente, e eu sempre soube disso.

Há três fases da minha vida da qual me lembro. Minha infância é bem confusa e embaçada em minha memória, recordo-me de poucas coisas concretas, algumas delas parecem até um sonho distante, porém lembro-me de uma em especial.

Quando chegávamos no colégio éramos obrigados a cantar o hino nacional antes da primeira aula. Eu adorava. Depois tínhamos o horário da manhã de aulas e saíamos novamente apenas na hora do intervalo. Essa era a hora em que podia conversar com a moça da cantina, não me recordo o nome dela, mas era sempre muito simpática e me escutava. Sim, só lembro dela e de mais uma amiga nessa fase.

Esse dia eu decidi me sentar com um grupo de meninas que estavam em uma roda no chão, não lembro a feição de nenhuma delas, muito menos o nome. Quando sentei pensei que estava tudo bem, até claro uma menina bem mais velha apontar para mim. Todos começaram a rir e eu fiquei sem entender, provavelmente com uma cara de coitada e atônita. A diretora veio e me levantou, daí eu não lembro de mais nada. Na realidade por um tempo achei que fosse sonho. Mas não, a menina decidiu gritar para a escolha inteira que minha calcinha estava aparecendo, e como tinha me sentado de costas para o pátio a escola inteira viu. Não me lembro se isso me chateou, e eu também não contei para minha mãe, somente depois de grande, mas eu nunca esqueço dessa cena.

Hoje eu provavelmente levantaria e abaixaria as calças de propósito, bem do tipo “Você quer ver? Pode ver, não tenho do que me envergonhar!”, ou daria uma voadora na menina, mas criança não tem personalidade desenvolvida ainda então não pude me defender.

A conclusão que tive depois de anos é simples: ensinem seus filhos a se defenderem desde criança. Fico imaginando como educarei meu futuro filho, sei que não é fácil, mas quero me forçar todos os dias a ensinar meu filho a se respeitar e a respeitar ao próximo. Nenhuma criança merece moldar sua personalidade em volta de acontecimentos constrangedores e humilhantes.

Algumas pessoas me perguntam como sou tão confiante, a resposta não é fácil. Não há fórmula feita. Foi preciso sofrer antes de sorrir. Foi preciso confiar em mim, confiar na vida, confiar no meu reflexo. Foi necessário ensaiar respostas e aprender a me defender com palavras. Foi necessário entender que estamos sozinhos no mundo e sempre estaremos, e que o melhor amor é o que damos e o que temos por nós mesmos. Amar-se requer tempo e esforço.

Por Thatiane Lovato

2 comentários para “Meu Diário | O episódio da calcinha…”


Débora

Thati, adorei o post. Quase chorei onde vc disse “nenhuma criança merece moldar sua personalidade em volta de acontecimentos constrangedores e humilhantes”. Eu senti isso mto na pele quando criança e na verdade, eu não me lembro de momentos felizes na escola. Claro que eu tive, mas somente guardei os ruins. Eu tinha duas “amigas” e por qualquer coisa q eu fizesse, elas ficavam com raiva de mim, qualquer coisa. E eu, como criança, não sabia que o certo seria excluí-las da minha vida. O que eu fazia era esperar um pouco e depois sair atrás dela implorando perdão por algo que eu não fiz, mas achava q elas estavam certas em me odiar. Penso q se minha mãe tivesse me ensinado o meu valor desde pequena, eu jamais permitiria aquilo. Hj eu vivo de forma q ngm me escolhe, eu q escolho as pessoas. E se eu escolher uma pessoa q não dá bola, eu penso q aquela pessoa nao me merece. Porém, com isso, eu aprendi a não perder os erros das pessoas. Elas se tornaram descartáveis pra mim, assim como eu fui qdo criança, e ao contrário de vc, eu não consegui dar a volta por cima, pois, por mais q eu saiba q isso q faço é errado, não consigo agir de outra forma. =/


Larissa Carvalho

Parabéns pelo blog, belas palavras. Comecei a acompanhar ontem e já salvei nos meus favoritos, muito bom!


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